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CANETA CLAREADORA FUNCIONA?

Atualizado: 6 de jan.

Está causando curiosidade do público em geral um lançamento polêmico da Colgate: A caneta clareadora.

Não é a primeira vez que a gigante do setor tenta oferecer um produto para clareamento dental direto ao público em geral.


Quem não lembra em meados do ano 2000 as White Strips, um produto da mesma fabricante, que teve sua produção descontinuada alguns anos após o lançamento?

Já naquela época muitos pacientes me perguntavam se o produto realmente funcionava e eu, como havia recebido amostras da fabricante, resolvi testar o produto.

Após 2 semanas de uso, nenhum paciente incluido no grupo avaliado percebeu melhora na cor dos seus dentes.


Mas e a caneta? Será que funciona?

Busquei informações na internet sobre a composição do produto, porém a fabricante somente informa que contém alta concentração de peróxido de hidrogênio.

Aprofundei um pouco mais a minha pesquisa e me deparei com outros ingredientes presentes: basicamente espessantes, flavorizantes e flúor.


Dessa forma, como eu já imaginava, trata-se de uma fórmula semelhante aos géis usados para clareamento profissional.

E é aí que entra o problema: O componente ativo de um gel clareador é o peróxido de hidrogenio ou peróxido de carbamida (que é uma espécie de peróxido de hidrogênio, porém mais fraco).


Esses produtos, quando em concentrações muito elevadas, são usadas somente pelos dentistas em consultório, que utilizam barreiras de proteção antes da aplicação do gel, para evitar queimaduras, irritação nas mucosas, sensibilidade nos dentes e alterações na polpa dentária dos pacientes.


Géis de concentações menores são utilizadas no clareamento caseiro, aquele em que o dentista fornece ao paciente um gel e uma moldeira para que ele mesmo faça a aplicação em casa, sob supervisão, durante algumas semanas.


O sucesso de um clareamento caseiro pressupõe a utilização de clareadores com uma concentração mínima de 6% de peróxido, em contato direto com os dentes por um certo período de tempo.


Isso é possível pelo confinamento e manutenção do gel clareador no interior de uma moldeira personalizada para a arcada de cada paciente, permitindo um contato direto do clareador com os dentes durante períodos de no mínimo 1 hora. As moldeiras sevem também como barreira de proteção para os tecidos moles adjacentes, permitindo o uso de concentrações eficientes do produto.


Os peróxidos para clareamento caseiro, apesar de menos potentes do que os usados em consultório, são produtos que devem ser usados sob supervisão de um profissional pois também podem causar os mesmos problemas do tratamento em consultório.


Se aplicarmos os conceitos descritos acima para as canetas clareadoras podemos chegar a algumas conclusões:


  1. O tipo de peróxido usado nas canetas deve ter uma concentração bem mais baixa que os produtos profissionais. O fato de haver contato direto com os tecidos moles e chance clara de deglutição durante o uso, obriga o fabricante a utilizar produtos de baixa concentração que tragam mínimo de riscos para o usuário;

  2. A ausência de uma moldeira para confinar o gel e garantir que o produto permaneça em contato com os dentes por um tempo mínimo adequado permite concluir que o gel da caneta não terá tempo suficiente para agir de forma eficaz, sofrendo diluição pela saliva e sendo deglutido;

  3. O sucesso com o clareamento depende da avaliação de cada paciente individualmente para indicar o melhor tipo de tratamento e de um acompanhamento profissional para prevenir complicações e maximizar os resultados.


Dessa forma me parece que a caneta clareadora não entregará o que promete: o tão sonhado "sorriso Colgate". O produto parece ser mais um modismo passageiro, que não deve durar até o próximo verão.

Está em Novo Hamburgo e quer fazer um clareamento eficaz e seguro?


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